A discussão sobre o papel de um contador consultor é recente no mercado contábil. Afinal, o crescimento da contabilidade consultiva é um dos principais aspectos tratados no que reconhecemos como a revolução do mercado contábil, um processo que teve seu início há poucos anos.
Uma reflexão bastante frequente nesse universo ainda muito novo diz respeito à forma como o profissional que gere seu próprio negócio contábil deve atuar: esse profissional deve priorizar ser um Contador Consultor ou ser um Contador CEO (sigla para “Chief Executive Officer“, que pode ser traduzido como o Diretor Executivo da empresa)?
Essa é uma dúvida pertinente, cuja resposta ideal deve analisar alguns aspectos referentes, principalmente, ao porte do negócio contábil em questão.
Quer entender melhor? Apresentamos detalhadamente o pensamento a seguir.
Relembrando os papéis do contador
De início, é válido destacar dois pontos que já foram, inclusive, abordados em artigos anteriores do blog da Marco Educação:
- O primeiro é a lembrança da natureza da ciência contábil, que pode ser considerada, por si só, uma ciência consultiva: Como sua origem e objetivo estão associados à melhoria da saúde financeira, econômica e patrimonial das organizações, os resultados obtidos por meio das diferentes operações e análises contábeis ajudam diretamente no processo de tomada de decisões no negócio. Contudo, na prática, a maioria dos contadores se ocupa somente com a entrega das obrigações legais, guias de impostos e folha de pagamento, tornando-se um “despachante do Governo”. A Contabilidade Consultiva é o movimento que busca ressignificar o papel do contador, passando a atuar como um vetor de boas práticas de gestão para as pessoas, empresas e do país.
- Já no que diz respeito à gestão interna do negócio, o profissional deve atuar, efetivamente, como diretor estratégico do seu próprio negócio contábil, o que significa aplicar uma visão ampla sobre todos os seus aspectos, lidando com o planejamento estratégico, gestão financeira e de pessoas, enfim – todos aqueles processos fundamentais na gestão de um negócio contábil.
Mas então, qual posicionamento será mais útil e relevante para a gestão do negócio? Ambos fazem todo sentido, mas a resposta ideal dependerá do contexto da sua empresa e de seu estágio de vida.
Contador CEO: A realidade para os grandes negócios
É lógico afirmar que empresas contábeis que já atingiram uma boa marca de funcionários/clientes atendidos – usemos como referência uma proporção de 50 funcionários e cerca de 300 clientes – contarão com uma estrutura bem mais consolidada em todos os aspectos, como de pessoas, processos e, principalmente, financeiro.
Para o gestor, esse é um cenário bem mais confortável, certo? Em especial, por possibilitar maior facilidade para delegar certas atividades, com destaque para os operacionais, modelar processos e permitir que o empresário possa cuidar, com todo seu foco, dos processos específicos de gestão – ou seja, atuar como um CEO, efetivamente.
Com uma grande equipe de profissionais tecnicamente capacitados, ferramentas de apoio para a execução de processos e recursos disponíveis para investir na saúde do negócio, atuar como um Contador CEO é bem mais viável.
Porém, o cenário das empresas contábeis brasileiras costuma ser bem diferente.
Contador Consultor: Fundamental para os pequenos e médios negócios
Segundo pesquisa do SESCON-SP, 67% das empresas contábeis do estado de São Paulo têm menos de dez funcionários. O recorte do maior estado brasileiro é relevante para apontar a realidade do país: de fato, os pequenos e médios negócios configuram a maior parte dos escritórios de contabilidade espalhados pelo Brasil.
Na realidade de tais empresas, a presença e o papel do empresário contábil precisam ser bem mais práticos e operacionais que a do Contador CEO vista anteriormente.
A falta de estrutura e principalmente de recursos financeiros para contar com ajudas terceirizadas na gestão exigem desse profissional o envolvimento no negócio em diferentes frentes. O tempo precisa ser administrado na divisão de tarefas como capacitar pessoas, atender clientes, fazer a venda de serviços,… Na maior parte do tempo, o contador estará bem mais envolvido nas operações – ou seja, colocando a mão na massa – e na venda de serviços consultivos do que atuando somente “no topo” ou observando e monitorando o trabalho executado.
De fato, é justamente esse trabalho prático e executado no dia a dia por parte do Contador Consultor que possibilitará o crescimento da empresa para que ela chegue no nível de alta governança de uma grande empresa contábil.
A conclusão, portanto, é que se você é um pequeno empresário, não há dúvidas: dedique, nesse momento, todas as suas forças a atuar como um excelente Contador Consultor, capaz de fazer seu negócio prosperar e crescer. Esse é o caminho para que, no futuro, você possa se tornar um Contador CEO de alto valor estratégico para o seu negócio.
Para capacitar-se ainda mais na contabilidade consultiva, conte com a Marco Educação!