Nos últimos anos, quantas vezes você já ouviu falar no termo “revolução” associado ao cenário da contabilidade atual?
De fato, ele descreve muito bem como o mercado contábil tem se reinventado. O conceito de Contabilidade Consultiva é uma das consequências desse processo, responsável por uma grande mudança no perfil dos profissionais que atuam na área, com o objetivo de acompanhar as necessidades atuais do mercado.
Como um conceito novo, há ainda bastante a compreender sobre o que engloba, na prática, a contabilidade consultiva. De maneira resumida, há duas formas de entender o conceito.
Quer saber mais? Explicamos a seguir.
A contabilidade consultiva como ciência contábil
A primeira visão pode ser compreendida como uma interpretação relacionada estritamente ao conceito de ciência contábil, refletindo tudo aquilo que os contadores aprendem na faculdade – demonstrações e índices contábeis, controladoria etc.
Para compreendê-la, é importante lembrar com quais objetivos a ciência contábil existe, ou seja, seu papel para medir e monitorar a evolução financeira, patrimonial e econômica das organizações. Nesse sentido, a ciência contábil sempre foi e será consultiva, na medida em que fornece dados para análise que podem ser fundamentais para a tomada de decisões nas empresas.
Porém, a realidade vivenciada no mercado com muita frequência difere da teoria, por um motivo simples:
Boa parte dos empresários não estão prontos para a aplicação da contabilidade gerencial.
Essa afirmação pode soar um pouco categórica, mas é refletida de forma clara em alguns “sintomas”, visíveis principalmente no caso das pequenas e médias empresas.
O principal é a falta de organização financeira: negócios que sonegam impostos, misturam finanças pessoais com as empresariais, compram e vendem sem nota, perdem o controle dos números – principalmente por não utilizarem um software de gestão financeira –, entre outros tipos de problema.
Como consequência, é comum e frequente que contadores sequer consigam fazer corretamente a contabilidade de seus clientes, de modo que as demonstrações contábeis possam refletir de forma real as movimentações do negócio. Todo o poder da ciência contábil acaba enfraquecido, por conta da enorme carência, no mercado empreendedor, de priorizar corretamente a gestão financeira.
A realidade, portanto, é que nem toda empresa consegue aplicar a contabilidade gerencial para o acompanhamento e crescimento do negócio. Que tipo de contador tais empresas precisam?
A resposta está justamente num conceito mais amplo da contabilidade consultiva e, principalmente, do perfil de um contador consultor.
Empreendedorismo do contador e contabilidade consultiva
A segunda forma de enxergar o que está dentro da contabilidade consultiva reflete a postura do contador em atuar como um consultor de negócios, ou, em outras palavras, sua capacidade empreendedora.
Doug Sleeter, uma das maiores referências atuais em contabilidade, define o contador consultor como um conselheiro estratégico das empresas. Trata-se de um profissional que se envolve de maneira proativa com os aspectos estratégicos do negócio de cada cliente, seja o marketing, estudo da concorrência, gestão de pessoas, controle financeiro ou demais áreas.
Quando adota uma postura mais próxima e relevante, abre-se um caminho de oportunidades para que o contador consultor ofereça às empresas uma série de novos serviços e soluções de alto valor agregado: BPO Financeiro, planejamento estratégico e consultoria financeira são alguns dos principais.
O profissional que toda empresa precisa
Compreendendo a dificuldade na relação entre empresas e a contabilidade que já vimos nesse artigo, fica fácil entender como o papel do contador consultor é bem mais amplo em atender as reais demandas dos gestores atuais.
Pode-se dizer que nem toda empresa está pronta para a contabilidade gerencial, mas toda empresa precisa de um contador consultor. Afinal, esse é o profissional que poderá fornecer todo o apoio para que os negócios melhorem o nível da gestão em todos os aspectos, incluindo a contabilidade e controle financeiro.
O empresário se sente melhor orientado, implanta as mudanças necessárias conforme análises fornecidas pelo consultor e poderá alcançar, enfim, a governança corporativa ideal e fundamental para uma contabilidade gerencial que reflita, realmente, os números do negócio.
E você, contador, como compreende o conceito de Contabilidade Consultiva?
Faça parte dessa discussão e, principalmente, dessa revolução. Ela está acontecendo nesse momento!